Fernando de Souza Barros (1929-2017) graduou-se em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Pernambuco (1952) e doutorou-se em Física Nuclear pela Universidade de Manchester (1960). Na década de 1950 trabalhou como bolsista do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, convidado por César Lattes e Ugo Camerino, no programa de raios cósmicos, do Laboratório de Radiação Cósmica em Chacaltaya, La Paz (Bolívia). Durante a década de 1960, iniciou estudos da matéria condensada utilizando técnicas nucleares, com destaque para o Efeito Mössbauer. Em 1964, foi contratado como pesquisador e, posteriormente, como professor pela Universidade Carnegie-Mellon em Pittsburgh (Estados Unidos). Na década de 1970 participou da implantação do Curso de Pós-Graduação em Física na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde foi professor titular durante 26 anos e participou de grupos de pesquisa interinstitucionais de projetos de física aplicada, além de ter implantado um grupo de pesquisa experimental para estudos da estrutura da matéria com técnicas espectroscópicas. Souza Barros destacou-se também por uma intensa participação em associações, comissões e sociedades ligadas à ciência. Entre elas destacam-se: membro titular da Academia Brasileira de Física, onde foi presidente; Presidente da Sociedade Brasileira de Física; membro do conselho diretor de Pugwash (Prêmio Nobel da Paz em 1995); Presidente da Federação Latino-Americana de Sociedades de Física. Para além da sua carreira acadêmica, Souza Barros contribuiu com estudos e atividades de divulgação na área de aplicações pacíficas de energia nuclear e eliminação de armas nucleares.