Maurice Jacques Bazin (1934-2009) foi um cientista e professor francês que atuou em diversas atividades e países, destacando-se nas áreas de divulgação científica e educação em ciências. Sua trajetória pessoal e profissional nos legou um riquíssimo arquivo, hoje sob a guarda do Museu de Astronomia e Ciências Afins, composto por diversos gêneros, tais como documentos textuais, iconográficos e bibliográficos, registros que refletem as atividades, projetos e experiências em que atuou no decorrer de sua vida e que demonstram a sua importância na formação de gerações de professores, além do desenvolvimento de práticas pedagógicas heterodoxas para o ensino das ciências exatas.
Formado em Física pela École Polytecnique de Paris, Bazin atuou nas áreas de física, matemática, divulgação científica e educação em ciências, em diversos países. A partir de 2001, já radicado no Brasil, Bazin trabalhou como assessor no Projeto de Educação Indígena no Alto Rio Negro do Instituto Socioambiental (ISA) e da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), realizando oficinas de etnomatemática em escolas indígenas, dentre elas a Escola Indígena Utapinopona Tuyuka, que são povos de família linguística Tukano Oriental. Neste projeto de pesquisa, Bazin desenvolveu um método educativo para a alfabetização e ensino de matemática para indígenas da etnia Tuyuka na língua materna destes, utilizando objetos produzidos por eles para ensiná-los a contar e a medir.
Os documentos que compõem esta galeria são testemunhos importantes do seu trabalho pioneiro de ensino utilizando como materiais pedagógicos objetos e experiências da vida cotidiana dos alunos.
Ofício da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro para administrador da Fundação Nacional do Índio sobre viagem de Maurice Bazin à Terra Indígena Alto Rio Negro, para prestar assessoria na área de matemática à Escola Tuyuka. São Gabriel da Cachoeira/AM, 17 de set. 2001.
Arquivo pessoal de Maurice Bazin/Acervo MAST
Atividade de fabricação de tubos para “escutar o som da cachoeira”, desenvolvida para trabalhar com unidade de medida de comprimento. Na imagem, pedaços de madeira “borteapuwu”, árvore de tronco oco, sendo cortados para fazer tubos de comprimentos diferentes. – S. l., s.d.
Arquivo pessoal de Maurice Bazin/ Acervo MAST