Apresentação

Em “O céu que nos conecta”, crianças e adolescentes, com idades entre 3 e 15 anos, nos abraçam com suas pinturas, desenhos e mensagens de solidariedade, amizade e esperança. As 142 imagens exibidas e suas respectivas descrições, foram enviadas de todas as regiões do Brasil, e integram a primeira exposição construída em colaboração com o público, na história do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST). 

Com o céu no topo da cabeça e o coração na ponta dos dedos, meninos e, sobretudo, meninas – elas são maioria entre inscritas (60%) e responsáveis pelas inscrições (80%) –  desenharam formas várias de conexão com o universo, em tempos de isolamento social. 

Um firmamento de opostos: claro e escuro, dia e noite, dúvida e esperança, saudade e presença, dentro e fora da Terra, funda um lugar no imaginário onde se pode fortalecer vínculos de amizade, enviar mensagens para os avós ou partir em busca de vida no universo, numa forma de celebrar a existência. As artes e mensagens evidenciam também uma maior atenção aos movimentos diários dos astros e às transformações nas paisagens urbanas. 

As dez salas da exposição – “O céu e a cidade”; “Saudades do céu do Sol”; “O dia do céu”; “O céu dos abraços”; “A noite do céu”; “Fuga da Gravidade”; “Nossa Vizinhança”; “O céu é nosso personagem”; “O céu infinito”  e “Céus imaginados” –  propõe uma viagem pelas cores do espectro visível da luz, sublime mensageira do universo. Partindo do chão firme, de onde avistamos o Sol laranja, foguetes e até mesmo bicicletas voadoras, seguem adiante pelo azul profundo do espaço sideral, ultrapassando a fronteira do sonho, nos confins do violeta. 

Cerca de 80% das crianças e adolescentes integrantes da mostra tem entre 9 e 10 anos de idade. Elas são parte da história e tem um registro de suas experiências e impressões expostas no Museu, neste momento singular. A iniciativa reafirma o valor e a importância da inclusão de vários grupos sociais e etários na construção da identidade cultural e da memória das sociedades.

O desafio de incluir o público infantojuvenil num museu de ciências não é apenas o de gerar engajamento e interesse por temas e conteúdos: é também imperativo incluí-lo enquanto produtor de conhecimento. Nesse sentido, a cultura e a arte oferecem uma ponte, pois a multiplicidade das relações entre cultura, arte e ciência são profundas e vão muito além da superfície, de onde ainda não saímos.  

A região Sudeste, que concentra o maior número de museus do país, é de onde vem a maioria das (dos) participantes desta mostra virtual, cerca de 80%, que declarou, inclusive, já ter visitado museus. Atentamos à parcela de integrantes que vive em cidades do interior do Brasil e que afirmou nunca ter entrado num museu – independente de existir ou não um museu em sua cidade. Ações como esta têm o potencial formidável de alcançar essas pessoas, e evidenciam a necessidade de refletir, mais do que nunca,  sobre a ampliação do acesso à internet, num país com desigualdades sociais.  

Ciente desses desafios, o MAST tem a responsabilidade e a honra de promover a mostra virtual “O céu que nos conecta”,  num processo pautado por valores como cooperação, sensibilidade, compromisso e solidariedade para com o público e a comunidade de educadoras e educadores. 

Agir com o coração é ter a coragem para enfrentar circunstâncias que não podemos mudar, mantendo o ânimo para olhar em várias direções. Olhar para trás, no intuito de aprender com o passado; olhar para frente, na esperança de erguer um futuro melhor; olhar para os lados, para dar as mãos a outra pessoa, e olhar para cima, buscando alcançar o céu!

Desejamos a todas e todos que esta exposição virtual seja uma experiência tão engrandecedora quanto um abraço!