Os desenhos de Suyanne e Xowa Kaka estão intimamente relacionados com o modo Fulni-ô de ver o céu: para o “povo à beira do rio”, no idioma Yaathe, o céu é outro mundo, diferente de nossa vida na terra. Lá, está a segunda família dos Fulni-ô: “O sol, nosso avô; a lua, nossa avó; as estrelas, as irmãs.”, contou o arte-educador X’mayá Kaka, pai dos artistas mirins, que trabalha no Museu do Índio. Para eles, cada poeirinha que fica no céu representa algo que fica aqui na terra, como as árvores e outros elementos. As crianças residem no Rio de Janeiro, mas são originárias da Aldeia Fulni-ô de Águas Belas, em Pernambuco. Os cocares representados nos desenhos revelam que, de qualquer lugar onde olhem para o céu, elas não se esquecem de onde vêm e de mostrar os artefatos que os distinguem dos outros brasileiros.