Guarani-Kaiowá
Visões diversas. O reconhecimento visual do céu, através das constelações ocidentais, por exemplo, apresentam-no como um lugar de identificação para várias culturas, unindo-as sob algumas histórias que fazem do céu um horizonte em comum. Já os céus dos povos originários apresentam-se múltiplos, cada um revelando um universo particular. As lições a se aprender por meio das representações aqui expostas ultrapassam a riqueza da diversidade e ressoam em duas mensagens bem específicas: céu e terra são parte de um campo de relações que abarcam a percepção indígena do universo. O Arami Veron Cáceres, 11 onze anos, que mora no estado do Mato Grosso, é o único representante da etnia indígena Guarani-kaiowá, nesta mostra. Ele mora em Terra Indígena, na comunidade Ivy Katu. Faz pouco tempo que o Arami e a família tem internet em casa, e ele contou pra nós que nunca visitou um museu. O desenho colorido do Arami conta pra gente um pouco mais sobre a constelação do Cruzeiro do Sul, na visão Guarani-Kaiowá. Retrata a ave com um olho só – como o Telego, herói popular do sertão brasileiro que mesmo dormindo estava na vigília atento contra os perigos que ameaçavam os seus. Com isso se parece com os ciclopes da mitologia indoeuropeia. Como um mediador entre céu e terra.