LinksLinks2

Museu Paraense Emílio Goeldi

O interesse pelo estudo da etnografia na Amazônia fez-se presente desde o momento da criação da Associação Filomática em 1866, instituição que foi um embrião do Museu Goeldi. A atuação de Domingos Soares Ferreira Penna, fundador do Museu Paraense, foi pioneira tanto nos estudos etnológicos como arqueológicos. Por isso, a origem e objetivos iniciais do MPEG confundem-se com a formação dos acervos e estruturação das pesquisas arqueológicas e etnográficas.

No período de 1894 a 1907, quando Emilio Goeldi foi diretor, ele criou a Seção de Etnografia e Arqueologia. Gerenciou-a por muito tempo, estando Curt Nimuendajú à frente dessa seção apenas em 1914. Até os anos 1950, acervos arqueológicos e etnológicos permaneceram armazenados em conjunto, iniciando-se sua classificação de modo sistemático apenas após a atuação de Eduardo Galvão em 1957, que criou, entre outras iniciativas, o programa de pesquisa centrado no Homem na Amazônia e formou a seção de Ciências Humanas, posteriormente transformada em departamento e, a partir de 1985, em coordenação. O acervo linguístico só começou a ser formado na década de 1980.

Atualmente, a Coordenação de Ciências Humanas (CCH) desenvolve pesquisa em três áreas: Antropologia, Arqueologia e Linguística.
Quanto aos acervos científicos, a coleção arqueológica reúne mais de 81 mil objetos e fragmentos de cerâmica, artefatos líticos e outras evidências coletadas em vários sítios arqueológicos da região. O acervo etnográfico, com cerca de 14 mil peças, é heterogêneo se consideradas a sua origem geográfica (Brasil, África, Peru e Suriname) e constituição material, que abrange todas as categorias artesanais. O acervo linguístico tem registros de 70 línguas indígenas contendo gravações digitalizadas de 1.300 fitas e discos, correntemente sendo organizado seguindo padrões internacionais de arquivamento linguístico.

Apresenta-se, aqui, a base de dados sobre os objetos Ticuna do Acervo Curt Nimuendajú coletados em 1941 e 1942 e depositados na Reserva Técnica de Etnologia do Museu Paraense Emílio Goeldi. Selecionou-se como amostra os objetos classificados como indumentárias rituais de dança (máscaras, vestimentas e panos) e instrumentos rituais utilizados na festa de puberdade Ticuna. O Museu Goeldi abriga ao todo 444 objetos Ticuna coletadas por Curt Nimuendajú em 1941 e 1942, que consistem uma das amostras mais significativas da cultura material desse povo em instituições brasileiras, ao lado do Museu Nacional do Rio de Janeiro, que resguardou 200 objetos da mesma safra. Juntam-se à presente base de dados objetos coletados por Priscila Faulhaber: 9 indumentárias em 2000 e 2 indumentárias em 2002, compreendendo máscaras, vestimentas, uma roda e um pano no contexto de rituais de puberdade observados dentro das atividades do presente projeto. A inclusão destes últimos materiais justifica-se para demonstrar a continuidade no tempo dos conteúdos significativos da cultura Ticuna e possibilitar a comparação entre dois momentos. Consta ainda 1 escudo ritual coletado por Priscila Faulhaber para o MAST.

444 objetos Ticuna.

Informações disponibilizadas pela própria instituição.
Link: http://www.museu-goeldi.br/