Museu Magüta
Constam no presente acervo 46 imagens fotografadas no Museu Magüta por Priscila Faulhaber e descritas por Santo Cruz. O Museu Magüta é o primeiro Museu indígena do Brasil. Fundado em 1991, a sua criação implicou o entendimento que a cultura é indissociável e mesmo central nas formas de organização social e política.
Em 1988, com apoio de agências filantrópicas da Holanda e Inglaterra o Conselho Geral da Tribo Ticuna – CGTT iniciou um processo de captação de objetos etnográficos, dando origem ao acervo do Museu Magüta, instalado em uma casa de alvenaria junto à sede do CGTT. A história deste museu remonta a maio de 1985 quando uma equipe de pesquisadores do Museu Nacional, da UFRJ – coordenada pelo prof. João Pacheco de Oliveira, juntamente com lideranças indígenas do CGTT, entre as quais se destacam Pedro Inácio Pinheiro (Ngematücü) e Nino Fernandes – criaram ainda o Centro de Documentação e Pesquisa do Alto Solimões (Centro Magüta), como entidade civil sem fins lucrativos sediada na cidade de Benjamin Constant (AM) e destinada a promover a cultura Ticuna.
Concorreram para a implantação do Centro Magüta o Ministério da Justiça, a UFRJ (Museu Nacional e Faculdade de Medicina), o Ministério da Educação, o Ministério da Cultura,,a FUNAI, a UFAM, a FUNASA e o Ministério do Meio Ambiente, bem como diversas agências nacionais e internacionais, como a OXFAM/Recife, a ICCO/Holanda, Medécins du Monde/França, Amigos da Terra/Itália, VIDC/Áustria, entre outras. O Museu Magüta foi inaugurado em 1991 e a partir de 1996 passou a ser administrado exclusivamente pelos índios Ticuna por meio do CGTT, sediado neste museu .
A partir de então esse museu passou a ser guardião de objetos Ticuna, em consonância com a demanda no seio de comunidades deste povo de quebra com o processo de apropriação cultural por meio da formação de acervos inicialmente de colecionadores privados e de museus de vários países do mundo (Munique, Dresden, Berlim, Viena etc.) . Outros museus brasileiros (Museu do Estado de Pernambuco, Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, Museu da Universidade Federal de Santa Catarina) também guardam importante acervo de objetos deste povo.
O Museu Magüta em 2019 foi reconhecido dentro das ações sociais da Prefeitura de Benjamin Constant e na área do alto Solimões como patrimônio cultural inalienável de interesse público. Em 29 de janeiro de 2019, o Prefeito desse município no uso de suas atribuições expressas na Lei Orgânica do Município através das leis municipais n◦1.209/2018 e 1289/2018 outorgou à instituição diploma comprovando considerar “o Museu Magüta de utilidade pública e enquanto a sua preservação do patrimônio histórico, cultural e artístico, pelo seu papel como instituição de importância ímpar para o município e o povo Ticuna”. Sendo assim, é destacada sua função social conforme seu estatuto em vigor.
A sede física do Museu Magüta é recinto consagrado como lugar dos objetos e bens culturais do povo Ticuna, bem como sua função como fórum que agrega as diferentes vozes das comunidades que o integram.